Instantes
de Luciano Lopes
amadurecer, desconfio
é aceitar as incompletudes
desconfio ainda
que a paz interna
vamos ter
que negociar
com um sobrenatural
cada qual
com o seu
*
abandonaram-me
as bruxas e as fadas
e condenado a realidade
fui ver se ainda entendia
os desenhos das nuvens
e não surpreso
meus olhos
não suportaram
nem a claridade
as bruxas e as fadas
e condenado a realidade
fui ver se ainda entendia
os desenhos das nuvens
e não surpreso
meus olhos
não suportaram
nem a claridade
*
me encontro
no momento
em que
meus olhos
se perdem
no momento
em que
meus olhos
se perdem
*
quando
o que resta
é o silêncio
foi feito
o que deveria
ter sido
desde o início
o que resta
é o silêncio
foi feito
o que deveria
ter sido
desde o início
*
desconheço todas
as partes de mim
passo os dias
em encontros e desencontros
é a solidão do existir
a solidão tem braços
que não têm a mecânica de abraçar
as partes de mim
passo os dias
em encontros e desencontros
é a solidão do existir
a solidão tem braços
que não têm a mecânica de abraçar
*
a hora
de começar
o grito
dói mais
que o grito
de começar
o grito
dói mais
que o grito
*
lá no fundo do coração
nunca mais visitei
nunca mais visitei
Luciano Lopes (Brasília/DF). Poeta e
servidor público. Tem poemas publicados em alguns blogues, na Germina – Revista de Literatura e Arte e edita o Quando você me olha, eu existo tanto!. Publicou Trabalho
de Carpintaria, com o pseudônimo de Lupi Lobo (produção independente).
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